No setor de serviços, busca é por parceiros locais

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Publicado em: Valor Econômico
Por Tainara Machado, de Bogotá e Lima | 4 de Julho de 2016

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A estratégia de inserção no mercado internacional das empresas de serviços obedece a uma lógica diferente das fabricantes de bens: em vez de distribuidores ou um comprador final, essas companhias tentam encontrar parceiros, uma forma de reduzir os custos de abrir uma operação em outro país. Essa estratégia pode até tornar o processo de internacionalização mais permanente.

A Altave ganhou projeção internacional quando ganhou o contrato para apoiar o esquema de segurança dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, por meio de videomonitoramento. Serão quatro balões com câmeras de alta resolução que filmam 360 graus e formam um mosaico completo do terreno, por meio da junção das imagens em um software, também desenvolvido pela empresa.

Com a visibilidade dada pelas Olimpíadas, a Altave começou a olhar para o exterior, diz Leonardo Nogueira, um dos sócios fundadores da companhia, que nasceu na incubadora no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos.

Nogueira diz que a empresa oferece tecnologia semelhante a de seus concorrentes – Estados Unidos, França e Israel – mas com um preço mais competitivo, o que torna os mercados latino-americano e asiático bastante atrativos.

Na área de segurança, diz, os balões são um instrumento eficiente para monitoramento de fronteiras, uma preocupação também no Peru e na Colômbia. Por isso, a Altave está em busca de parceiros que possam fazer a venda e a prestação de serviços, já que o número de funcionários é reduzido para suportar a abertura de um escritório fora do Brasil.

Na área de segurança da informação, a Berghem, que desenvolve soluções para instituições financeiras e start-ups, foi ao Peru em busca de uma joint venture para começar a exportar serviços.

A empresa – que também nasceu em uma incubadora, no Cietec da Universidade de São Paulo (USP) – avalia que há poucos concorrentes que possam oferecer o mesmo serviço na América Latina, diz o gerente de inovação Juan Carlos Zuñiga. Por isso, o Peru é considerado um mercado de alto potencial. Como a equipe é reduzida e o desenvolvimento do projeto vai exigir treinamento dos novos funcionários, a empresa preferiu não ir para Bogotá.

Já a TecMobile, de olho no tamanho da população colombiana, deixou Lima de lado. A empresa, que faz locação de tablets e desenvolve questionários para os clientes, cuidando de toda a logística da distribuição e recolhimento dos aparelhos, também cogita encontrar um sócio para sua operação colombiana e diz que já há interessados. “Voltei com a certeza de que na Colômbia há mercado para os serviços que oferecemos”, afirma o sócio Evandro Barros.

Com a demanda, o empresário estendeu as reuniões que teria em Bogotá por mais dois dias, além do calendário oficial da missão, com visitas a empresas como Samsung e GFK Custom. O potencial do mercado é grande, segundo ele, e deve aumentar com o acordo de paz selado entre o governo e as Farc, facilitando a realização de pesquisas.

Já a Virtual CAE espera vender projetos de simulação do uso de componentes industriais a partir de software próprio, diz o sócio Leandro Garbin. A empresa, que começou revendendo licenças, desenvolveu solução própria que pode reduzir o peso de componentes em até 30%, o que é relevante para fabricantes de caminhões de carga, que assim conseguiriam transportar mais mercadoria.

Fonte: Valor Econômico

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